“Aumentou bastante. A gente estava com uma pilha de ventiladores e vendeu tudo hoje”, afirmava no final da manhã desta terça-feira (3) a vendedora Ivete, que não quis dar o sobrenome, ao ser questionada sobre a saída de ventiladores no local. Ivete era uma das duas encarregadas pelas vendas do aparelho. Ela trabalha em uma grande empresa de produtos para o lar, situada na Avenida Jabaquara, .
Enquanto respondia, ela registrava a nota fiscal da venda de mais uma unidade. A compradora, a auxiliar de departamento pessoal Cláudia Maria da Silva, de 40 anos, olhava para o eletrodoméstico com expressão de alívio. “Não gosto muito de ventilador, mas com esse calor está impossível. Faz duas noites que não durmo”, esclarecia. Segundo ela, esse será o segundo aparelho da casa. “Já tem um pequeno, mas não estava dando conta. Este de agora vai ficar no meu quarto”, disse.
Poucos segundos após retirar o ventilador, outro comprador se aproximava da vendedora Ivete para levar um outro modelo da mesma mercadoria. “Queria gastar R$ 60, mas estou pagando R$ 100 porque é só o que tem e não dá mais para ficar sem isso”, contava o segurança Manoel Fernando da Silva, de 59 anos. Como trabalha à noite e dorme durante o dia, ele afirma que desde domingo não consegue “pregar o olho”. “Moro em uma pensão aqui na Praça da árvore. Mesmo com tudo aberto, tomando dois banhos seguidos, não consegui dormir esses dias. Moro em São Paulo há 40 anos e, sinceramente, não me lembro de um verão tão quente como nesses últimos quatro dias.”
Um ventilador a cada seis minutos
A poucos metros dali, numa loja da Avenida Bosque da Saúde, a única vendedora de ventiladores do local suava correndo de um canto a outro do estabelecimento comercial. A reportagem do G1 ficou 35 minutos no local e viu a vendedora Kátia Fabiana registrar a nota fiscal de seis aparelhos. O ritmo de saída de ventiladores da loja, segundo ela é grande desta a segunda-feira (2). “Ontem foi o dia que mais vendei até agora. Eu vendo sete e meu amigo vendeu 13 ventiladores”, afirmou.
Entre os compradores desta manhã no local, estava o casal Willis Barbosa, de 42 anos, e Cleide Ferreira, de 34 anos. Morando em uma casa em Americanópolis, eles não tinham ventilador no local há um bom tempo. “Estragou o nosso (ventilador) faz tempo e a gente não comprou outro porque não precisava”, explicava Barbosa. Mas o calor dos últimos dias fez o casal desembolsar R$ 1999 em um circulador de ar. “Agora vou conseguir dormir”, concluía sorridente.
Tem, mas acabou
Na unidade de uma rede de lojas da Avenida Jabaquara, uma das vendedoras respondeu de imediato ao ser questionado sobre o eletrodoméstico. “Acabou tudo.”
CuRti no G1
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