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quarta-feira, 4 de março de 2009

Calor faz ventilador virar artigo raro no comércio de SP

As queixas dos comerciantes em relação às vendas em período de crise econômica mundial já viraram algo comum. Mas, nos últimos dias, um produto específico tem feito a alegria dos vendedores de uma área de comércio popular na Zona Sul da capital paulista. O calor intenso verificado desde domingo (1°) na cidade, quando foi registrada temperatura de 34°C (a maior dos últimos 66 anos), aqueceu também as vendas de ventiladores na região da Praça da Árvore, na Zona Sul.

“Aumentou bastante. A gente estava com uma pilha de ventiladores e vendeu tudo hoje”, afirmava no final da manhã desta terça-feira (3) a vendedora Ivete, que não quis dar o sobrenome, ao ser questionada sobre a saída de ventiladores no local. Ivete era uma das duas encarregadas pelas vendas do aparelho. Ela trabalha em uma grande empresa de produtos para o lar, situada na Avenida Jabaquara, .

Enquanto respondia, ela registrava a nota fiscal da venda de mais uma unidade. A compradora, a auxiliar de departamento pessoal Cláudia Maria da Silva, de 40 anos, olhava para o eletrodoméstico com expressão de alívio. “Não gosto muito de ventilador, mas com esse calor está impossível. Faz duas noites que não durmo”, esclarecia. Segundo ela, esse será o segundo aparelho da casa. “Já tem um pequeno, mas não estava dando conta. Este de agora vai ficar no meu quarto”, disse.
Poucos segundos após retirar o ventilador, outro comprador se aproximava da vendedora Ivete para levar um outro modelo da mesma mercadoria. “Queria gastar R$ 60, mas estou pagando R$ 100 porque é só o que tem e não dá mais para ficar sem isso”, contava o segurança Manoel Fernando da Silva, de 59 anos. Como trabalha à noite e dorme durante o dia, ele afirma que desde domingo não consegue “pregar o olho”. “Moro em uma pensão aqui na Praça da árvore. Mesmo com tudo aberto, tomando dois banhos seguidos, não consegui dormir esses dias. Moro em São Paulo há 40 anos e, sinceramente, não me lembro de um verão tão quente como nesses últimos quatro dias.”

Um ventilador a cada seis minutos

A poucos metros dali, numa loja da Avenida Bosque da Saúde, a única vendedora de ventiladores do local suava correndo de um canto a outro do estabelecimento comercial. A reportagem do G1 ficou 35 minutos no local e viu a vendedora Kátia Fabiana registrar a nota fiscal de seis aparelhos. O ritmo de saída de ventiladores da loja, segundo ela é grande desta a segunda-feira (2). “Ontem foi o dia que mais vendei até agora. Eu vendo sete e meu amigo vendeu 13 ventiladores”, afirmou.

Entre os compradores desta manhã no local, estava o casal Willis Barbosa, de 42 anos, e Cleide Ferreira, de 34 anos. Morando em uma casa em Americanópolis, eles não tinham ventilador no local há um bom tempo. “Estragou o nosso (ventilador) faz tempo e a gente não comprou outro porque não precisava”, explicava Barbosa. Mas o calor dos últimos dias fez o casal desembolsar R$ 1999 em um circulador de ar. “Agora vou conseguir dormir”, concluía sorridente.

Tem, mas acabou

Enquanto as vendas corriam em ritmo acelerado nas duas lojas, em outros dois pontos de comércio na mesma região a mercadoria nem existia mais. Na loja da ExtraEletro, no número 116 também da Avenida Bosque da Saúde, uma das vendedoras informava que havia aparelhos à venda. A reportagem foi até o fundo da loja e não viu nenhum ventilador. O gerente informou então: “Mas é que acabou”. De acordo com Dario Souza, de segunda para o início da manhã desta terça-feira foram vendidos mais de 30 ventiladores no local. “Não temos mais no estoque aqui da loja”, afirmou.

Na unidade de uma rede de lojas da Avenida Jabaquara, uma das vendedoras respondeu de imediato ao ser questionado sobre o eletrodoméstico. “Acabou tudo.”


CuRti no G1

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