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sexta-feira, 20 de março de 2009

Experiência nazista serve de desculpa em "Alma Perdida"

SÃO PAULO - O terror norte-americano "Alma Perdida", que estreia em circuito nacional, parece uma colagem de várias produções do gênero, chupando um ou outro elemento de cada filme para assustar o espectador. Estão lá momentos do já clássico "O Exorcista" (1973), de refilmagens japonesas recentes ("O Chamado", "O Grito") e outros de "A Hora do Pesadelo" (1984).


Escrito e dirigido por David S. Goyer (co-roteirista de "Batman Begins", "Batman - O Cavaleiro das Trevas"), "Alma Perdida" usa o Holocausto e os experimentos do carrasco Josef Mengele para justificar o surgimento de um espírito em busca de um corpo no qual reencarnar. Um novo ingrediente é acrescentado pelo misticismo judaico: é uma alma maligna, chamada "dybbuk".

Essa alma penada multicultural persegue a jovem Casey (Odette Yustman, de "Transformers"), sem motivo aparente. A moça carrega um trauma do passado: odeia a mãe por ela ter se matado e a abandonado. Depois de ter pesadelos envolvendo crianças, cachorro mascarado e insetos, ela decide que é hora de procurar ajuda - mas, estranhamente, não pensa em ir a um psiquiatra.

Quando ela conhece Sofi Kozma (Jane Alexander, de "Banquete do Amor") algumas coisas começam a fazer sentido. Essa mulher é a sua verdadeira avó, que teve um irmão gêmeo morto em experimentos nazistas. Desde então, o menino se tornou um dybbuk e persegue a família geração após geração.



A única solução parece ser um exorcismo à moda judaica. Casey rouba um livro antigo de uma biblioteca e o leva ao rabino Sendak (Gary Oldman, de "Batman - O Cavaleiro das Trevas"), que embora duvide da sanidade da garota, concorda em fazer o ritual - ao contrário do padre cheio de conflitos de "O Exorcista".

"Alma Perdida" não tem muito a dizer a não ser dar sustos baratos por meio de uma criança que aparece do nada e aterroriza Casey e seus amigos com a frase: "Jumby quer nascer agora". Mas quem é Jumby? Logo a moça descobre que quase teve um irmão gêmeo que morreu enforcado pelo cordão umbilical ainda no útero materno. Ele não chegou a ter nome, mas sim um apelido: Jumby.

Ao contrário dos filmes orientais de terror, muitas vezes criticados por não darem muitas explicações para o que está acontecendo na tela, "Alma Perdida" se explica demais. E o uso de algo tão aterrorizante e sério como o campo de concentração de Auschwitz como desculpa para um filme de terror soa, no mínimo, desrespeitoso.

(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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