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terça-feira, 20 de abril de 2010

Nova ferramenta do Google aponta Brasil como líder no pedido de censura de conteúdo


O Brasil lidera o ranking de solicitações para censura em produtos e serviços oferecidos pelo Google, de acordo com dados divulgados pela empresa nesta terça (20). O país emitiu, no período de julho a dezembro de 2009, 3.663 pedidos de envio de dados de usuários e outros 291 para remoção de conteúdo. Dados da China, no entanto, não foram informados pois não podem ser divulgados pela empresa.

As informações têm como base uma ferramenta do próprio Google, lançada nesta terça, que informa quais foram os pedidos feitos por governos estrangeiros para obtenção de dados de usuários ou remoção de conteúdo dos serviços e produtos da empresa. O dispositivo é uma resposta da gigante de internet às agências governamentais, após a polêmica do fim da censura a buscas no serviço chinês e o pedido para que as configurações de privacidade fossem reforçadas, feito em carta aberta assinada por dez países na última segunda-feira.

Segundo a empresa, os números retratados no mapa referem-se a informações que envolvem difamação, crimes de ódio e falsidade ideológica. A pornografia infantil não está retratada nessa ferramenta, de acordo com a companhia, porque o Google remove esse conteúdo imediatamente, assim que identificado, sem a necessidade de notificação.

Cerca de 82% das solicitações brasileiras estavam de acordo total ou parcialmente com a política do Google para esses casos. O Google mostra ainda para quais serviços da empresa foram feitas as solicitações: o Orkut está na frente de todos eles, com 119 pedidos diretos e outros 99 a partir de ordens judiciais. Em seguida está o YouTube (1 pedido direto e 32 por ordens judiciais) e o Blogger, com 21 pedidos via ordens judiciais.

Ao mesmo tempo que lança a ferramenta, o Google faz um alerta sobre o crescimento da censura na web nos últimos tempos. No comunicado oficial, a empresa ressalta que mesmo diante da garantia de liberdade de expressão, existente no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e que se aplica também à internet, “a censura na web por governos cresce rapidamente: do bloqueio imediato e filtragem de sites a ordens judiciais que limitam o acesso à informação, além da legislação que obriga as empresas a praticar auto-censura de conteúdo”.

CuRti Na Uol

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